Farole... Jéssica... Artur... Albert... (1)

Durante minha vida a única familia que tivi foi Albert, um mago poderoso que me ensinou tudo que me levou a também ser um mago. Ele me ensinou principalmente que não devíamos levar as coisas pelo lado emocional, pois isso às vezes atrapalha nosso desenvolvimento intelectual... Quando completei um século de vida fui teleportado para um plano diferente... Muitas pessoas foram teleportadas comigo, mas eu não conhecia praticamente ninguém que estava comigo... Algumas guerras aconteceram, até que finalmente construímos a cidade de Lúnia. A única recordação que eu tinha de Albert era um colar feito por ele mesmo... Ele me disse que quando eu estivesse preparado, receberia o verdadeiro poder daquele colar, mas até então nada eu havia descoberto em relação a ele... Na criação da cidade muitas crianças estavam sem famílias e acabei por adotar um humano. Cloud não mostrou habilidade em relação à magia arcana então, vendo sua força e sua agilidade, levei-o ao monastério onde se deu bem melhor. Dei a ele meu colar quando partiu para o monastério e disse a ele que algum dia ele me entregaria aquele colar de volta. Anos se passaram e aos meus 130 anos Melric, regente da cidade de Lúnia, começou a organizar uma expedição até o outro lado do grande lago, para explorar-mos, deixar-mos a área sem nenhum perigo eminente, para construír-mos uma nova cidade lá. No dia que fui chamado para me juntar aos navios da expedição eu não havia visto Cloud em lugar nenhum e não sabia se ele havia sido chamado... Pelo menos no barco onde eu viajaria ele não estava... A viagem foi tranquila, o vento ficava cada vez mais gelado, o que mostrava que estávamos chegando mais perto ao nosso destino... Um dia à tarde eu estava estudando na proa do navio e uma clériga (que eu já havia observado que sempre me olhava enquanto estudava) sentou ao meu lado... Ela era muito bonita... Perguntei seu nome, Jéssica, um belo nome... Continuei a estudar, mas agora conversando com ela, e dizendo algumas coisas que eu havia descoberto, falando sobre meus estudos, etc... Percebi que ela estava me olhando com um olhar diferente... Fiquei meio sem jeito, mas acabou acontecendo... Começamos a namorar na viagem e ainda faltavam alguns dias para chegarmos em nosso destino... Como ela era humana, e eu sempre acordava mais cedo que ela, aproveitava essas horas para estudar, mas naquele dia não estava conseguindo me concentrar direito... Algo parecia me falar que eu não estava fazendo a coisa certa... Só aí lembrei daquela frase: "Não devemos levar as coisas pelo lado emocional, pois isso pode nos atrapalhar no nosso desenvolvimento intelectual". Eu gostava dela, mas eu estava traindo o ensinamento da única família que eu tinha... Eu deixaria as coisas acontecerem para depois pensar em fazer algo...